Exames Radiologicos e Doenças na Coluna


A dor nas costas é um sintoma muito freqüente na maioria da população, atingindo cerca de 80% das pessoas em alguma fase de suas vidas. Aproximadamente 20% desses indivíduos terão a chamada lombalgia crônica, ou seja, aquela dor persistente nas costas que geralmente não melhora facilmente.

Muitos desses pacientes realizam exames de imagem (radiológicos) para o diagnóstico e definição quanto ao tratamento de suas dores. É muito comum recebermos pacientes preocupados com os “laudos” e termos técnicos descritos nos exames. Em primeiro lugar, é necessário que tanto o médico que solicitou o exame como o paciente conheçam as vantagens e desvantagens de cada exame, assim como as indicações para cada método diagnóstico.

A Radiografia convencional (Rx) é o método mais utilizado para a investigação inicial de um paciente com dor na coluna vertebral. Ele é um ótimo exame em uma primeira abordagem, demonstrando principalmente as estruturas ósseas. Entretanto, não consegue delimitar de forma adequada as estruturas nervosas e os defeitos no disco intervertebral, dessa forma, não está indicado na investigação específica da hérnia de disco.

A Tomografia Computadorizada (TC) geralmente é solicitada após o Rx nos casos que necessitam de uma avaliação mais aprofundada. A maioria são pacientes com alguma alteração ao Rx que não pode ser bem avaliada pela radiografia convencional ou aqueles com um Rx considerado normal, mas que não obtêm resposta adequada aos tratamentos. A TC é um ótimo exame para as partes ósseas, mas deixa um pouco a desejar no que se refere aos nervos, discos e ligamentos. Mesmo assim, pode na maioria dos casos delimitar e diagnosticar doenças como a hérnia de disco e estenose vertebral.

A Ressonância Magnética (RM) pode ser considerado o exame mais completo para a investigação das patologias da coluna vertebral. Embora muitas vezes não seja superior a TC no que diz respeito as estruturas ósseas é excelente para mostrar as chamadas “partes moles”, ou seja os nervos, vasos sanguíneos, ligamentos, discos intervertebrais, medula espinhal e principalmente na investigação de compressões nervosas, infecções da coluna vertebral, desgastes, tumores e hérnias de disco.

Alguns outros exames de imagem como a Mielografia e a Mielo Tomografia são cada vez menos usadas nos dias de hoje, por serem procedimentos invasivos que aumentam os riscos de complicações.

Alguns termos técnicos encontrados nos “laudos” radiológicos causam preocupação em muitos pacientes, que chegam à consulta muitas vezes angustiados e ansiosos por uma explicação sobre “o que quer dizer” tal palavra. Os termos técnicos mais comuns nesses laudos são os abaixo listados:
• Discopatia degenerativa: Pode ser vista no Rx, TC e RM (melhor nessa última). É na verdade o “desgaste” do disco intervertebral, muito comum após os 50-60 anos. O disco funciona como um amortecedor da coluna, sendo formado normalmente por cerca de 70% de líquido. Quando esse disco desidrata (seca), ele perde suas funções de amortecedor podendo causar dor, principalmente na região lombar e cervical. Pode ser responsável por dores persistentes e incapacitastes.
• Osteófitos: São formações ósseas anormais, decorrentes geralmente da instabilidade da coluna, que podem ser vistas tanto no Rx e TC como na RM. Muitas vezes não causam sintomas, entretanto dependendo do tamanho e localização podem causar compressões nervosas e causar dor radicular tanto nas pernas (ciática) quanto nos braços.
• Hérnia de Disco: Não é vista no Rx. É bem visualizada na TC na maioria dos casos mas a RM é sem dúvida alguma o exame mais apurado para o diagnóstico correto e preciso. A hérnia acontece quando ocorre o extravasamento do conteúdo do disco intervertebral. Essa saída de conteúdo discal pode ou não dar sintoma (dor na(s) perna(s) – Ciática) , dependendo da quantidade e principalmente da localização.
• Protusão discal: É vista na Tomografia e na Ressonância. Não pode ser visualizada ao Rx convencional. É na verdade um abaulamento do disco intervertebral, mas sem ocorrer o extravasamento do conteúdo intradiscal como ocorre na hérnia de disco. Entretanto, dependendo do tamanho e localização podem ocorrer sintomas de dor nas costas/pescoço e nas pernas/braços.
• Espondilólise/Espondilolistese: Refere-se a um defeito na articulação posterior da coluna. Pode ocorrer o escorregamento (deslocamento) de um corpo vertebral sobre o outro. Pode ser visto tanto no Rx e TC quanto na RM. A TC é o melhor método para a avaliação do defeito ósseo.
• Escoliose/Cifose : A escoliose é uma deformidade da coluna vista de frente (curva em S). Já a cifose é uma deformidade vista de lado, em curva para frente. A escoliose nunca é normal, já que não é uma curva anatômica. Por outro lado a cifose pode ser considerada normal, desde que a angulação da curva encontre-se entre cerca de 30-45º na coluna torácica. O Rx geralmente é suficiente para a avaliação e seguimento dessas duas deformidades. Exames como a TC e a RM eventualmente podem ser necessários.
• Artrose facetária : Pode ser vista em qualquer um dos exames (Rx, TC e RM), embora seja mais bem avaliada na Tomografia Computadorizada. É na verdade o desgaste da articulação posterior da coluna, geralmente devido à instabilidade vertebral e associada à discopatia degenerativa. Pode ser causa de dor importante e crônica nas costa.
• Estenose de canal: É uma patologia detectável tanto ao Rx e TC quanto na RM. Geralmente é uma resposta do nosso organismo ao processo de envelhecimento e instabilidade da coluna. Ocorre o crescimento de osso para dentro do canal da medula e o espessamento de ligamentos, o que pode comprimir a medula e os nervos. A Tomografia demonstra de forma mais nítida o crescimento anormal de osso para dentro do canal. Já a RM é melhor na detecção das compressões medulares e nervosas.

Todos esses termos citados acima são termos técnicos e referentes a uma “imagem” vista nas radiografias, tomografias e na ressonância magnética. Muitas vezes essas patologias radiológicas não refletem os sintomas do paciente . Dessa forma, caso você tenha algum desses diagnósticos radiológicos, é importante que procure seu médico ortopedista no sentido de através de um adequado exame físico e coleta de dados de sua história você tenha o diagnóstico correto de sua doença, podendo assim chegar ao melhor tratamento e conseqüentemente obter o melhor resultado para o alívio de suas dores.

Fonte:

http://www.colunars.com.br/dicas.asp?texto=5&link=5


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