HISTEROSSALPINGOGRAFIA


A HISTEROSSALPINGOGRAFIA é um método diagnóstico de grande importância na pesquisa do componente feminino da infertilidade conjugal, permitindo a avaliação do trajeto percorrido pelo espermatozoide até a trompa de Falópio, local onde ocorre a fertilização do óvulo.

O exame é realizado no Brasil desde 1960 e, além de investigar as causas de infertilidade feminina, (normalmente após um ano de tentativa de engravidar), também pode ser indicada após a cirurgia de ligadura de trompas para verificar o fechamento das trompas, ou também para avaliar a possibilidade de reversão da cirurgia de laqueadura. Ainda pode ser indicada para investigar a causa de abortos repetidos devido a problemas uterinos.

Assim, esse exame permite identificar alterações no sistema reprodutor feminino, como:

  • Malformações congênitas das tubas uterinas;
  • Bloqueio das trompas de Falópio devido a cicatrizes ou infecções;
  • Miomas uterinos;
  • Pólipos endometriais;
  • Endometriose na pelve;
  • Aderências no útero;
  • Tumores do sistema reprodutor.
COMO SE PREPARAR PARA O EXAME?

Normalmente, o exame é realizado durante a fase folicular, que é antes da ovulação, cerca de 01 semana após o início do ciclo menstrual, pois o revestimento do endométrio está mais fino, o que aumenta a permeabilidade do contraste, além de garantir que a mulher não está grávida, uma vez que esse exame é contraindicado em casos de gravidez.

É recomendado também que a mulher leve o resultado de exames que tenha feito recentemente, como ultrassom transvaginal, ressonância magnética ou histeroscopia, ou até a histerossalpingografia anterior, caso já se tenha realizado esse exame anteriormente.

Na ocasião do exame, devem ser tomados alguns cuidados, como:

  • Tomar o laxante receitado pelo médico na noite anterior ao exame, para evitar que as fezes ou os gases impeçam a visualização das estruturas ginecológicas;
  • Tomar o analgésico ou anti-inflamatório, como paracetamol ou ibuprofeno, receitado pelo médico, cerca de 30 a 60 minutos antes do exame, já que o exame pode ser um pouco desconfortável;
  • Esvaziar a bexiga, imediatamente antes do exame.

A HISTEROSSALPINGOGRAFIA DÓI?

Este estudo pode ser algo doloroso. É recomendável tomar um analgésico antes do exame. O maior problema desta dor é que é difícil de caracterizar, pelo que por vezes assusta, aumentando a sua percepção (o medo piora a experiência da dor).

Apesar da percepção da dor variar muito entre mulheres, todas sentem, pelo menos, algum desconforto ou dor surda no fundo da barriga durante o exame. Trata-se da dor causada pela dilatação do útero e trompas pela solução contrastada e habitualmente passa rapidamente, já que o exame é rápido. Esta fase é, por norma, completada em menos de 40 segundos.

Toda a envolvência do exame pode contribuir para melhorar ou piorar a sua experiência. É importante, por isso, falar com o médico antes, rever o procedimento, perceber o que se espera que faça, o que vai acontecer e o que esperar. O objetivo é diminuir o desconforto associado ao exame, medo da dor e medo do resultado.

Deve saber também que a dor que sentirá é normal (tipo menstrual) e é normal não perceber muito bem de onde é originada. Habitualmente, o exame é muito bem tolerado.

Por estas razões, e porque o exame beneficia da colaboração da paciente para o posicionamento, nomeadamente para se colocar de pé, a histerossalpingografia com sedação não é recomendável. A anestesia provocaria uma experiência sem dor, mas à custa de alguns riscos e inconvenientes para a interpretação do estudo.

CUIDADOS APÓS A HISTEROSSALPINGOGRAFIA

A histerossalpingografia é um exame rápido e dura cerca de 10 a 30 minutos, sendo que após o exame, pode ocorrer cólica semelhante a do período menstrual, podendo ser indicado pelo médico o uso de remédios analgésicos ou anti-inflamatórios para aliviar esse desconforto.

QUANDO NÃO DEVE SER FEITO?

Apesar de ser seguro, o exame deve ser realizado em situações em que exista uma probabilidade alta da mulher beneficiar do estudo.

A histerossalpingografia não deve ser feita na gravidez, pois o contraste injetado no útero e o raio X podem provocar malformações no feto.

Outras contraindicações à realização do exame, que serão avaliadas pelo médico, poderão ser:

  • Suspeita de infeção vaginal, uterina, nas trompas ou ovários (pélvica) ou Doença Inflamatória Pélvica (DIP);
  • Alergia prévia a contrastes radiológicos ou aos excipientes;
  • Possibilidade de estar grávida;
  • Menstruação ou hemorragia não estudada
A RADIAÇÃO USADA DURANTE O EXAME É PREJUDICIAL?

O exame, efetuado de forma correta, é seguro e não aumenta os riscos para a mulher, gónadas (ovários) ou futura gravidez. A dose de radiação efetiva durante o exame é calculada em cerca de 1,2 mSv. A dose que o ser humano recebe da natureza todos os anos é cerca de 3,1mSv.

ALTERNATIVAS À HISTEROSSALPINGOGRAFIA

histerossonografia pode avaliar a cavidade uterina com algum detalhe e a histerossonossalpingografia pode avaliar adicionalmente a permeabilidade tubar. São exames realizados com recurso a ecografia, menos desconfortáveis (habitualmente) mas com dificuldades técnicas acrescidas na interpretação (especialmente em relação à permeabilidade tubar). No entanto, o último é uma alternativa válida a discutir com o seu ginecologista ou especialista em infertilidade.

GRAVIDEZ APÓS HISTEROSSALPINGOGRAFIA

Após o exame é possível engravidar, porque a histerossalpingografia pode contribuir para a desobstrução tubar, e não prejudica as probabilidades de gravidez, se realizada na altura correta.

Como as mulheres candidatas ao exame habitualmente solicitaram ajuda porque se encontravam a tentar engravidar, é possível que isto aconteça depois da histerossalpingografia, mesmo que o exame não tenha contribuído para tal.

Apesar de a desobstrução das trompas por histerossalpingografia estar documentada, podendo contribuir para um aumento da probabilidade de gravidez em algumas mulheres, este não é o principal objetivo do exame e não deve ser usado para esse fim específico.


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