ASPECTOS DE RADIOLOGIA NA DOENÇA DE PARKINSON


A doença de Parkinson é uma das doenças degenerativas neurológicas mais comuns, caracterizada tanto por manifestações motoras como não motoras, que acomete principalmente idosos, mas que também pode surgir em pacientes mais jovens.
A doença ocorre a partir de um processo de degeneração específica de neurônios no mesencéfalo, porção profunda no encéfalo (tronco cerebral). O que leva a esta degeneração ainda não é totalmente conhecido, porém, há aparente correlação com aumento de depósito de ferro na substância negra do mesencéfalo ou a uma redução de neuromelanina local, um neuroprotetor.

Tronco cerebral em paciente com Parkinson

A sua manifestação clínica é caracterizada por bradicinesia (redução da amplitude de movimentos), rigidez, tremor de repouso e instabilidade postural. Outras doenças neurodegenerativas podem apresentar esta síndrome clínica (parkinsonismo), mimetizando a doença de Parkinson. Ou seja, o diagnóstico da doença de Parkinson é dos mais difíceis, particularmente nas fases iniciais, levando a atrasos no tratamento ou mesmo a tratamentos inapropriados. Erros diagnósticos podem chegar a até 25% dos casos, mesmo em centros especializados em distúrbios do movimento, em razão desta sobreposição de sinais e sintomas e da falta de marcadores biológicos que diferenciem estas condições.

Neste cenário, é de fundamental importância a associação de outros métodos diagnósticos adjuvantes à avaliação clínica, e os que têm apresentado maior desenvolvimento nos últimos anos são os exames de imagem funcional e estrutural, incluindo Ressonância Magnética convencional, tomografia por emissão de pósitrons (PET) e a tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT).

As sequências convencionais de RM na doença de Parkinson, geralmente são normais ou demonstram apenas alterações relacionadas ao envelhecimento. Alguns achados, como a atrofia do putâmen (outra estrutura profunda do encéfalo, nos núcleos da base), têm alta especificidade para o diagnóstico de outras causas de síndromes parkinsonianas; no entanto, a sensibilidade destes sinais é limitada, principalmente nos estágios iniciais da doença.

Alteração do putâmen em paciente com Parkinson

Nos últimos anos, a evolução dos métodos de imagem por RM tem melhorado significativamente a capacidade na detecção das alterações da doença de Parkinson, bem como na diferenciação entre esta e outras síndromes parkinsonianas. Mais além, a ressonância tem apresentado, em anos recentes, vários potenciais biomarcadores, os quais poderão trazer informações importantes sobre a doença e que, se espera, detectem achados patológicos precoces e mecanismos de degeneração neurológica adjacentes, além de correlacioná-los com a progressão da doença, permitindo monitorar o seu status. Tais informações permitem, por exemplo, a realização de uma avaliação quantitativa das alterações da doença de Parkinson por meio de estimativas de medições bioquímicas, volume tecidual cerebral e de integridades macro e microestrutural do tecido encefálico acometido, particularmente na substância negra e em núcleos da base.

SPECT- Paciente normal
SPECT- Paciente com Parkinson


shares
× Como posso te ajudar?
Visit Us On InstagramVisit Us On Facebook